Exposição de Mapas do Espírito Santo Colonial é inaugurada no Arquivo Público e é destaque na mídia
A exposição Mapas do Espírito Santo Colonial, organizada por Fabio Paiva Reis, historiador capixaba e criador do site Spirito Sancto, foi oficialmente aberta no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo no dia 3 de abril, às 18h30, contando com a presença de dezenas de convidados. Composta por reproduções dos mais antigos mapas do Espírito Santo, ela segue em cartaz até o mês de maio e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h30.
No lançamento estavam presentes amigos e familiares do organizador, apoiadores do projeto de financiamento coletivo que levou à formação da exposição, e importantes nomes como João Gualberto, secretário de cultura do Espírito Santo e Cilmar Francischetto, diretor geral do Arquivo Público. A abertura contou com uma apresentação de Fabio Reis, que falou sobre suas pesquisas sobre História do Espírito Santo durante sua graduação na UFES, o mestrado na PUC-SP e o doutorado na Universidade do Minho, em Portugal, que o levaram a formação de um importante conjunto de centenas de documentos históricos do estado, incluindo dezenas de mapas antigos, e também à criação do site Spirito Sancto, onde compartilha e divulga esses documentos gratuitamente.
A exposição foi amplamente divulgava pela mídia capixaba, e as matérias podem ser encontradas abaixo:
- Século Diário: Mapas do Spirito Sancto: a cartografia como história e arte
- Arquivo Público: Nova exposição traz mapas antigos ao Arquivo Público
- Diário Oficial: História: exposição traz mapas antigos do Espírito Santo
- Governo do Estado
- Jornal Correio Capixaba
- Nova Notícia
- Capixabão
O jornal Século Diário conversou com o organizador sobre a importância da cartografia como fonte histórica do Espírito Santo. Compartilhamos abaixo parte da conversa:
Em 2011, o historiador capixaba Fabio Paiva Reis juntava uma série de mapas coloniais do Espírito Santo digitalizados, alguns deles raros ou pouco acessíveis, fruto do seu estudo de mestrado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Não via sentido em guardar documentos só comigo, pensei em compartilhar para que quem viesse estudar o tema encontrasse de forma mais fácil, sem ter que recorrer a longas pesquisas na internet ou tendo que ir à Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro ou até a outros países”, explica. Foi daí que surgiu o projeto Spirito Sancto, quando já cursava seu doutorado em Portugal. Hoje o projeto reúne mais de 500 documentos históricos textuais e cerca de 50 mapas cartográficos do período colonial, muitos deles inéditos mesmo para historiadores.
O projeto foi crescendo ao ser contemplado com um edital de Educação Patrimonial em 2016. Agora se prepara para um novo passo: uma exposição na sede Arquivo Público do Estado, localizado no Centro de Vitória. A nova etapa foi possível graças a uma ação de financiamento coletivo pela internet, recebendo microdoações de 57 pessoas.
Os mapas expostos foram feitos por cartógrafos portugueses, italianos e holandeses. O mais antigo data de 1590 e o mais recente de 1675. “São bem antigos, alguns realmente raros e de difícil acesso. A proposta da exposição, além de levar documentos históricos para a população em geral, é chamar a atenção para o valor dessa história, a importância de destacar a cultura e a história do Espírito Santo”, afirma Fabio, destacando que a maioria dos livros didáticos são feitos por historiadores de outros estados, com seus bairrismos ou desconsideração sobre a relevância de nosso Estado, o que acaba se refletindo numa preparação por vezes insuficiente dos professores locais para ensinar a história capixaba para os alunos.
O desafio de tornar fontes históricas tão antigas acessíveis para pessoas que não são do ramo, é muito grande, segundo o historiador. “O mapa, por ser visual, é mais fácil de ser assimilado”, conta ele, que além do site, também criou um canal no YouTube para mostrar, explicar e comentar documentos do projeto.
Um aspecto interessante levantado pelo historiador é o caráter artístico presente nos mapas, que poderá ser observado. “São literalmente obras de arte. Os cartógrafos eram artistas, pois colhiam informações e as desenhavam, pintavam, assim como um pintor de quadros. Alguns mapas eram tão importantes que tinham detalhes em ouro. O cuidado era muito grande para fazer e preservar os mapas, que tinham grande valor”, explica Fabio. “Na época a cartografia não era padronizada como atualmente, como, por exemplo, hoje vemos azul e sabemos que é o mar. Nessa época cada cartógrafo fazia de um jeito, as nações tinham estilos diferentes, havia espaço para a criatividade”, conta.
Veja abaixo algumas fotos tiradas durante o evento de lançamento: